Foi objetivo conhecer os significados atribuídos ao uso do crack dentro de uma perspectiva fenomenológica, assim como identificar no discurso dos sujeitos os significados do uso do crack, suas concepções atuais, estando em tratamento, e suas perspectivas de vida. Tratou-se de uma pesquisa qualitativa. Foram entrevistados 6 sujeitos, usuários de crack em tratamento, com idades entre 18 a 50 anos e a pesquisa foi realizada em uma clínica de reabilitação do interior de São Paulo. Os instrumentos eram uma ficha de dados gerais e um roteiro de entrevista aberta. Foram atribuídos 3 sentidos/significados ao uso do crack, sendo a fuga da realidade/problema, as influências e o prazer. Observaram-se também noções de doença e desejos de um futuro melhor. Concluiu-se que através da fuga da realidade/problema com as influências pode levar ao uso do crack e, devido ao prazer imediato, o vício instala-se. Notou-se que os sujeitos possuem nas suas concepções atuais uma possibilidade de compreender suas dificuldades, ressignificá-las e assim enfrentá-las. Percebeu-se uma perspectiva de vida com um futuro melhor, sem o uso das drogas.