Jornada Científica e Tecnológica e Simpósio de Pós-Graduação do IFSULDEMINAS, 10º SIMPÓSIO DA PÓS-GRADUAÇÃO DO IFSULDEMINAS

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COMPETÊNCIAS DE COMUNICAÇÃO DO ENFERMEIRO COMO HABILIDADE CLÍNICA NO PROCESSO DE TRANSPLANTES DE ÓRGÃOS
Cinara Ferreira Coutinho, Lenice Ferreira dos Santos, Álvaro Ataide Landulfo Texeira, Hélio Alves da Silva, Jeniffer Silva Oliveira, Keila Santos Silva, Juliane Oliveira Alves, Rene Ferreira da Silva Junior

Última alteração: 2021-09-30

Resumo


RESUMO

 

Buscou-se conhecer o papel da comunicação para o enfermeiro como habilidade clínica no processo de transplante de órgãos. Foi realizado um estudo de revisão integrativa de literatura por meio das bases de dados Biblioteca Virtual em Saúde, Literatura Latino - Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Electronic Library Online. Foram utilizados descritores para guiar a coleta de dados, realizou-se a leitura completa dos estudos selecionados após a consideração dos critérios de elegibilidade. A comunicação é uma habilidade clínica que pode influenciar diretamente na adesão dos familiares ao transplante e pode auxiliar no processo de luto. Assim, o enfermeiro é imprescindível no processo de comunicação e cuidados prestados aos pacientes e familiares.

 

Palavras-chave: Transplantes; Comunicação; Profissionais de enfermagem.

 

1. INTRODUÇÃO

A participação do profissional de enfermagem no processo de doação e transplante de órgãos é imprescindível para que se tenha um processo esclarecido e no cuidado prestado à família no momento em que esta é informada a respeito do ato ocorrido (MORAES et al., 2015).

Portanto, é importante que o enfermeiro contribua de forma contínua, antes, durante e após o transplante, visto que, este profissional é capacitado a ofertar um atendimento eficiente e humanizado ao transplantado e aos seus familiares (QUAGLIO; BUENO; ALMEIDA, 2017).

Além disso, o enfermeiro que atua nesta área deve saber como comunicar a família sobre o ocorrido e a importância na doação de órgãos. Visto que, este fator pode vir a provocar uma desordem emocional aos familiares, interferindo assim de forma prejudicial na saúde mental da família (MORAES et al., 2015).

Assim, os profissionais de saúde que trabalham com pacientes críticos devem se submeter a um processo de aprimoramento na comunicação verbal e gestual frequentemente, uma vez que, esta prática é primordial para transmitir a notícia aos familiares de forma mais empática. Além disso, este profissional deve prestar uma assistência humanizada, agindo com clareza e objetividade para que a família compreenda e aceite a morte do ente querido (MORAES et al., 2015). Dessa forma, o objetivo do presente estudo, foi conhecer o papel da comunicação para o enfermeiro como habilidade clínica no processo de transplante de órgãos.

 

3. MATERIAL E MÉTODOS

Foi desenvolvido um estudo de revisão integrativa de literatura. Foram seguidas seis fases interdependentes: 1) Elaboração da pergunta norteadora; 2) Busca na literatura; 3) Coleta de dados; 4) Análise crítica dos estudos incluídos; 5) Discussão dos resultados e 6) Apresentação da revisão integrativa.

A busca e seleção e de artigos foi realizada durante o mês de junho e maio de 2021, tendo como cenário de busca as bases de dados secundários Literatura Latino - Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Electronic Library Online (Scielo) e da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS).

Utilizou-se como descritores os termos selecionados através dos Descritores em Ciências da Saúde, dessa forma, os descritores guia foram Transplantes, Comunicação e Profissionais de enfermagem. Foi utilizado o operador booleano “and” para conjugação.

Para composição da amostra final de estudos foram considerados como critérios de inclusão: artigos completos, acesso gratuito a versão completa do artigo, texto em português, inglês ou espanhol e artigos publicados nos últimos dez anos. Os artigos selecionados foram analisados na íntegra, inicialmente, foi realizada análise dos títulos e resumos, sendo em seguida realizada a leitura completa. Excluíram-se teses, dissertações e estudos que não abordavam a temática de forma direta.

 

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Na etapa inicial do processo de busca encontrou-se 128 artigos científicos, sendo 40 na base de dados da LILACS, 80 na base de dados da PubMed e os outros 8 na SciELO. Após a avaliação dos títulos e resumos, foram excluídos os artigos que não contemplavam os critérios de inclusão do estudo proposto, resultando em 7 artigos.

A primeira avaliação dos artigos, possibilitou constatar um aumento da produção científica a partir do ano de 2007, com ênfase para os anos de 2012 a 2017, nos quais houve um maior número de publicações relacionadas aos cuidados de enfermagem aos pacientes transplantados e aos seus familiares.

A investigação dos assuntos de acordo com os setores de saúde descritos, identificou um maior número de trabalhos científicos acerca dos estressores vivenciados pelos familiares no processo de doação de órgãos e tecidos para transplantes, seguido de estudos relacionados a dificuldades enfrentadas pelos enfermeiros no cuidado aos pacientes transplantados.

A formação de profissionais cada vez mais capacitados e mais humanos perante a dor do outro torna-se uma necessidade no Brasil, visto que, uma das maiores causas de não transplantes e das filas de espera para doação de órgãos grandes e estagnadas é a não autorização familiar, e essa negação de certa maneira sofre influência na forma como o profissional enfermeiro aborda essa família, os profissionais de saúde que trabalham com pacientes críticos devem passar por um processo de aprimoramento na comunicação verbal e gestual, uma vez que, esta prática é primordial para transmitir a notícia aos familiares de forma menos ríspida e mais empática (GUETTI; MARQUES, 2008).

A forma como o profissional enfermeiro comunica os familiares pode influenciar a família a decidir pela doação ou não do órgão, assim, esse profissional deve desenvolver essa habilidade por meio de educação permanente e contato clínico com os pacientes, considerando a empatia, linguagem verbal e não verbal, informação clara e objetiva, dentre outras características.

Ademais, os enfermeiros podem comunicar às pessoas sobre processos e circunstâncias compreendidas antes durante e após os transplantes de órgãos, bem como sobre a relevância da doação, corroborando com iniciativas de manifestação na instituição em que trabalham e em campanhas de mídia (COSTA; COSTA; AGUIAR, 2016).

 

5. CONCLUSÕES

A comunicação apresenta-se como uma habilidade clínica para o enfermeiro no processo de transplante de órgãos. As instituições de saúde devem oferecer educação permanente para o fortalecimento e desenvolvimento dessa habilidade, pois, ela é uma competência que influencia diretamente na adesão dos familiares à doação de órgãos, bem como, auxiliar os familiares a viver o luto de forma menos traumática possível.

 

REFERÊNCIAS

COSTA, C.R.; COSTA, l.P.; AGUIAR. N. A enfermagem e o paciente em morte encefálica na UTI. Revista Bioética. v. 24, n. 2, p.302-310,  2016.

 

GUETTI, N.R.; MARQUES, I.R. Assistência de enfermagem ao potencial doador de órgãos em morte encefálica. Rev. bras. enferm. v.61, n.1, p.91-97, 2008.

 

MORAES, E.L et al. Experiências e expectativas de enfermeiros no cuidado ao doador de órgãos e à sua família. Rev. esc. enferm. USP, v.49, n. spe2, p.129-135, 2015.

 

QUAGLIO, W. H.; BUENO, W.M.V.; ALMEIDA, E.C. Dificuldades enfrentadas pela equipe de enfermagem no cuidado aos pacientes transplantados: revisão integrativa da literatura. Arq. Cienc. Saúde UNIPAR. v. 21, n. 1, p, 53-58, 2017.

 


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