Última alteração: 2018-09-15
Resumo
RESUMO
A Unidade de Pronto Atendimento (UPA 24h) é um dos Componentes da Rede de Atenção às Urgências; é uma das estratégias do Ministério da Saúde para reorganizar, qualificar e fortalecer a Rede de Atenção às Urgências e Emergências no país. Objetivo: Identificar os procedimentos executados e as principais dificuldades relatadas por acadêmicos de enfermagem durante estágio curricular. Trata-se de uma pesquisa de campo, exploratória, de abordagem quantitativa. A coleta dos dados foi através de anotações e consulta dos formulários de atendimento utilizados na Pediatria da UPA do município de Passos/MG. A população foram crianças com idade entre 0 a 11 anos 11meses e 29 dias. Principais dificuldades: Interação com as crianças e com mães, Preparo e Administração de Medicação via intramuscular e instabilidade emocional em lidar com crianças. A morosidade nos atendimentos na pediatria da UPA, se pelo acúmulo de pessoas que de forma desnecessária procuram esse serviço, em sua maioria com queixas “ambulatoriais”. Para melhor utilização do serviço é necessária uma conscientização da população sobre a importância e real função dessas unidades.
Palavras-chave: Enfermagem; Unidade de Pronto Atendimento; Pediatria; Dificuldades.
- 1. INTRODUÇÃO
A Unidade de Pronto Atendimento (UPA 24h) é um dos Componentes da Rede de Atenção às Urgências. A implantação deste Programa é uma das estratégias do Ministério da Saúde para reorganizar, qualificar e fortalecer a Rede de Atenção às Urgências e Emergências no país. Instituído em 2008 criando incentivo financeiro para melhorar a infraestrutura dos estabelecimentos de saúde que ofertam este tipo de serviço, em que os resultados esperados são: prover condições adequadas para o funcionamento das unidades, melhorando a qualidade da atenção prestada e a ampliação do acesso.
A UPA 24h será implantada em locais ou unidades estratégicas para a configuração da rede de atenção às urgências, em conformidade com as diretrizes de acolhimento e de classificação de risco, funcionamento ininterrupto 24 (vinte e quatro) horas e em todos os dias da semana, incluindo feriados, equipe Assistencial Multiprofissional, garantia do acesso ao paciente e o custo-efetividade.
As UPA são unidades para atender casos de urgência e emergência, seja ela na área clínica ou pediátrica. Desse modo, elas diminuem as filas em pronto socorros e auxiliam nos encaminhamentos caso seja necessário, de pacientes para hospitais.
Os serviços de emergências pediátricas são os que prestam atendimento a crianças com problemas agudo e necessitam de atendimento e tratamento imediato.
Os serviços de urgência do Sistema Único de Saúde (SUS) destinados às crianças gravemente enfermas são também frequentados por crianças com doenças mais simples, e as famílias os utilizam como porta de entrada ao sistema provocando elevada procura pelos serviços e interferindo no atendimento aos pacientes agudos.
2. OBJETIVO
Identificar os procedimentos executados e as principais dificuldades relatadas por acadêmicos de enfermagem durante estágio curricular em uma unidade de urgência pediátrica.
3. MATERIAL E MÉTODOS
Trata-se de uma pesquisa de campo, exploratória, de abordagem quantitativa. A coleta dos dados desse estudo foi realizada através de anotações dos alunos e da consulta aos formulários de atendimento utilizados na Pediatria da UPA do município de Passos/MG. A coordenação de enfermagem da instituição citada foi contatada oficialmente para obtenção de autorização para realização do estudo neste local. A pesquisa foi realizada pelos alunos do curso de Técnico em Enfermagem durante o período de estágio na Pediatria da UPA, nos meses de março a maio de 2018, três vezes por semana, de 7:00 às 12:00 h. A população em destaque foram crianças com idade entre 0 a 11 anos 11meses e 29 dias que procuraram atendimento médico na UPA.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
O presente trabalho foi realizado em parceria do curso de Enfermagem do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais, Campus Passos, e a Secretaria Municipal de Saúde.
Os resultados da idade dos pacientes e dos procedimentos realizados pelos acadêmicos de Técnico em Enfermagem estão apresentados nas Tabelas 1 e 2.
TABELA 1 – Faixa etária das Crianças Atendidas na Pediatria da UPA do município de Passos/MG no período de março a maio de 2018.
Faixa etária
Número absoluto
Porcentagem (%)
0-4 anos
227
57,5
5-8 anos
102
26,0
9-11 anos,11 meses e 29 dias
66
16,5
Total
395
100
FONTE: Próprios autores
TABELA 2 – Procedimentos realizados pelos acadêmicos de Técnico em Enfermagem na da UPA do município de Passos/MG no período de março a maio de 2018.
Procedimentos executados
Número absoluto
Porcentagem (%)
Lavagem das mãos
466
54,0
Auxilio em punção venosa
28
03,0
Medicação Via Intramuscular
30
03,5
Auxilio para retirada de sangue para exame e retirada de acesso venoso periférico
18
02,0
Interação com as crianças
18
02,0
Nebulização
84
09,5
Anotação de enfermagem
137
15,5
Estudo de caso de prontuário
6
00,5
Medicação Via Endovenosa
13
01,4
Medicação Via Subcutânea
1
00,1
Medicação Via Oral
35
04,0
Instalação de Coletor urinário infantil e coleta de urina para exames
30
03,0
Aferição de Sinais Vitais
16
01,5
Total
864
100
FONTE: Próprios autores
Observa-se na tabela 2 que os procedimentos de enfermagem que foram realizadas com maior frequência durante o estágio não evidenciam situações de urgência e emergência e sim cuidados pediátricos básicos. A maioria dos casos poderiam facilmente ser sanados nos Postos de Saúde instalados nos bairros, nos denominados “postinhos de saúde”.
Foram relatadas pelos acadêmicos de Técnico em Enfermagem durante o estágio as seguintes dificuldades: Interação com as crianças e com mães, Preparo e Administração de Medicação via intramuscular e instabilidade emocional em lidar com crianças.
Nascimento et.al. (2017) escreve que a equipe de enfermagem deve estabelecer confiança e vínculo com os pais e familiares das crianças por meio do esclarecimento de informações sobre regras, rotinas e execução de procedimentos. Salienta ainda que o atendimento na unidade de emergência pediátrica deve ter profissionais com características diferenciadas e com atribuições voltadas para a assistência da criança e de sua família.
5. CONCLUSÕES
As Unidades de Pronto Atendimento possuem em suma, grande importância na rede de atenção à saúde. Todavia, o real objetivo dessas unidades de pronto atendimento, por vezes não é compreendido pela população, seja pela falta de informação ou pela crença popular de que o local está relacionado a atendimentos mais rápidos. As UPA apesar de serem criadas para dar suporte aos hospitais e fazerem atendimentos urgentes e imediato, na realidade o que se vê são unidades cada vez mais abarrotadas de pacientes que muitas vezes não estão em situações de urgência. A morosidade nos atendimentos na pediatria da UPA, não se dá pela falta de profissionais ou de estrutura, mas sim pelo acúmulo de pessoas que de forma desnecessária procuram esse serviço, e na maioria das vezes com queixas “ambulatoriais”.
Entendemos que para melhor utilização dessas unidades de Pronto Atendimento é necessário não só a preocupação com estrutura, mas também com a educação e conscientização da população sobre a importância e real função dessas unidades, só assim com a devida implementação da ideia de descentralização do atendimento é que a efetividade das UPA poderá ser feita.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Diretrizes UPA 24 horas. Ministério da Saúde. http://portalms.saude.gov.br/acoes-e-programas/upa/dir etrizes-upa-24h.
BRASIL. Sobre o programa UPA 24 horas. Ministério da Saúde. http://portalms.saude.gov.br/acoes-e-programas/upa/
MAIA, A.C.L.C.B.; GUILHERME, F.J.; SANTOS, M.S.S. Estágio extra-curricular na formação acadêmica do enfermeiro: relato de experiência. Revista Rede de Cuidados em Saúde, v.10, n.3, 2016. Disponível em: < http://publicacoes.unigranrio.edu.br/index.php/rcs/article/view/2772>. Acesso em: 19 ago. 2016.
NASCIMENTO, W.S.M. et. al. Cuidado da equipe de enfermagem na emergência pediátrica: revisão integrativa. SANARE: Revista de Políticas Públicas, Sobral - V.16 n.01,p. 90-99, Jan./Jun. – 2017
OLIVEIRA, A.R. Do relato de experiência ao artigo científico: questões sobre gênero, representações e letramento na formação de professores a distância. Revista Scripta, Belo Horizonte, v.16, n.30, 2012. Disponível em: <http://periodicos.pucminas.br/index.php/scripta/article/view/4253>. Acesso em: 11 jun. 2018