Jornada Científica e Tecnológica e Simpósio de Pós-Graduação do IFSULDEMINAS, 5ª Jornada Científica e Tecnológica e 2º Simpósio da Pós-Graduação

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Relato de Experiência da Construção Coletiva de uma Cartilha Educativa de Práticas Agroecológicas com crianças e jovens do MST
Patrick Carlos Vilela

Última alteração: 2013-10-16

Resumo


O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais (IFSULDEMINAS – Câmpus Machado) através do NEAPO (Núcleo de Estudos em Agroecologia e Produção Orgânica) vem construindo atividades em Agroecologia e Educação com o Movimento dos trabalhadores sem Terra no sul de Minas Gerais nas cidades de Guapé e a partir destas experiências, foi proposto ao IFSULDEMINAS, um projeto de extensão com o objetivo de construir de forma coletiva com o MST, uma cartilha sobre a agroecologia, para crianças e jovens da faixa etária de 4 a 18 anos dos assentamentos. A cartilha foi construída e elaborada de forma participativa. Com o objetivo de coletar dados para conhecimento da realidade O grupo  deslocava-se mensalmente até o assentamento para realização de oficinas e observação.. Na construção da cartilha houve a participação efetiva de 139 crianças e jovens, líderes do MST,  professores e alunos do Cãmpus Machado. Para a coleta de dados foram realizados grupos focais, observação participante, depoimentos e pesquisa bibliográfica. Após a coleta dos dados, os mesmos foram tabulados e analisados onde se observou que o nível das crianças com relação a agroecologia é muito heterogênio. No grupo de crianças do assentamento as crianças e jovens demonstraram maior conhecimento dos conceitos e práticas agroecológicas, enquanto que no acampamento o conhecimento ainda não aparece de forma consolidada. Há indícios que essa observação tem relação com o tempo de vivência no MST já que a maioria das crianças está no movimento a pouco tempo. Assim, esse projeto de extensão visou articular de forma dialogada os conhecimentos científicos adquiridos no IFSULDEMINAS – Câmpus Machado com os conhecimentos adquiridos pelos assentados e acampados do MST ao longo da história da luta pela terra no Brasil. Houve o cuidado de manter o respeito à especificidade do campo e à diversidade de seus sujeitos e despertou nas crianças e jovens, através da construção coletiva da cartilha, a consciência da importância do respeito à natureza, da preservação ambiental e da produção sustentável nos assentamentos e acampamentos, incentivando a participação e a busca de soluções para a melhoria da qualidade de vida dos envolvidos. O resultado do trabalho coletivo gerou uma cartilha com conhecimentos científicos e experiências vividas pelo MST com conceitos e práticas agroecológicas que está sendo impressa e será distribuída nos assentamentos e acampamentos.


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