Sabemos que as hidrelétricas são exemplos do processo de modernização capitalista a que está sendo submetida a humanidade e que, na maioria das vezes, não considera ou minimiza os efeitos sociais que tal empreendimento possa causar em sua população atingida. O presente estudo analisa as perdas materiais e simbólicas ocasionadas pela construção da UHE Cachoeira do Emboque, MG, na comunidade atingida pelo empreendimento. Foram analisadas a trajetória de deslocamento e reassentamento de algumas famílias; as condições socioculturais dos mesmos antes da construção da barragem, para que os efeitos sociais e ambientais pudessem, a posteriori, ser identificados, a partir de uma pesquisa de campo para a coleta de dados. Pôde ser constatado que as perdas tanto materiais quanto simbólicas foram suficientes para deixar a comunidade em condições socioeconômicas precárias, uma vez que perderam seus meios e modos de vida, relações de vizinhança, laços familiares e o lugar vivido e construído socialmente, bem como o sentimento de perda de lugar vivido, e desterritorialização.